Homenagem Na EMEF "Valeriano Fonseca" em 2005

Trecho extraído do livro O CASO DO TIPÓGRAFO, memórias de Emílio Figueira:

Em maio de 2005, tive a grande surpresa de receber uma carta dos alunos da quarta série da minha ex-escola em Guaraçaí, contando-me que eles estavam realizando um trabalho estudando a minha biografia e por conta disso eles estavam escrevendo as deles. E seus desejos eram me conhecer pessoalmente. A cartinha era assinada pela professora Cicília Sgarb (que chegou a me dá aula quando era estagiária) e vinte e seis alunos. Respondi de imediato, dizendo que fiquei muito feliz com isso e que em uma oportunidade eu iria lá conhecê-los, pois eu estava na época de provas, entregas de trabalhos e relatórios na faculdade. 

Eles me mandaram outra, dizendo: “Ficamos felizes e na expectativa para ler sua carta, pois percebemos que você é realmente uma pessoa maravilhosa. (...) Entendemos a sua dedicação aos estudos, insistimos para que olhe com carinho o nosso pedido. Aguardamos sua resposta e gostamos muito quando você nos chamou de amigos!!!” 

Senti que não tinha o direito de negar o pedido daquelas crianças em estar presente na sexta-feira, dia 16 de junho, no encerramento do projeto. Conversei com meus professores, todos mudaram ou adiantaram as datas das minhas provas e me liberaram para viajar. Aproveitei e fui passar uma semana em Guaraçaí. 

A surpresa maior tive nas dependências da minha ex-escola, “Valeriano Fonseca”. Caminhando por ali, entre tantos cumprimentos de jovens professores, experientes funcionários e das crianças, ao mesmo tempo as recordações iam libertando-se em minha memória. 


De repente vi chegar meus ex-professores, Seu Mário (Maroca) da segunda série, Dona Antonieta da terceira série e o Seu Irineu da quarta série. Eram os meus antigos mestres que ali estavam para me homenagear. A cerimônia iniciou-se com o Hino Nacional, o que achei fundamental, pois precisamos despertar no nosso povo valores de civismo, mas o verdadeiro e não o que era imposto pelo militarismo. 



Ao ver trechos do meu livro “Noites Guaraçaienses” serem dramatizados e recitados pelos pequenos alunos, emocionei-me muito. Fiquei ali pensando que no próximo ano, essa obra completaria vinte anos de publicação e aquilo para eu já era o início das comemorações. Essas crianças nem sonhavam em nascer; certamente, muitos de seus pais foram meus contemporâneos de adolescência, daquelas noites retratadas no livro. Ao ver aquelas representações, foi como me deparar comigo mesmo, ficar pensando que tudo o que eles diziam saiu da minha cabeça e dos meus sentimentos. São sensações que poucos podem viver.



Recebi um cartão de prata das mãos do Maroca com os seguintes dizeres: “Emílio, somos solidários a você pela sua garra e determinação. Você soube transformar suas dificuldades em degraus e nos ensina a ver com os olhos do coração. Agradecemos sua participação.” Foi maravilhoso, pois esse foi o meu terceiro cartão de prata da minha carreira de escritor e, por uma feliz coincidência, todos os três vieram por meio dessa mesma obra.  

Professor Maroca fez seu discurso, com recordações referentes à minha pessoa e todo o resto das homenagens foi muito gratificante, como estar depois com meus amiguinhos conversando na sala de aula, tirando fotografias com eles e seus pais. 


A “Folha de Guaraçaí”, jornal do meu início de carreira, publicou no dia 17 de junho, sua primeira página inteira com uma reportagem e sete fotos com a manchete: “EMEF Valeriano Fonseca presta homenagem a Emílio Figueira”. 

Posso afirmar que é muito bom quando só construímos coisas boas em nosso passado, escrevemos algo bom em nossa história pessoal. Assim, sempre quando quisermos voltar para visitá-lo, seremos recebidos de braços abertos! 


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