Atividades de Emílio Figueira no Centrinho


Reprodução do quadro “O Centrinho”, 1m x 1,20m, óleo sobre tela, pintado pelo próprio Emílio Figueira em 2000 e que hoje pertence ao acervo do Hospital.


Relatório geral com todas as atividades realizadas nos seis anos em que Emílio Figueira permaneceu como pesquisador-bolsista no Hospital de Pesquisa e Reabilitação de Lesões Lábio-Palatais – USP-Bauru. Documento apresentado ao Superintendente da época Prof. Dr. José Alberto de Souza Freitas (Gastão), em 03 de novembro de 2000.

Pesquisa:  “CENTRINHO: O RESGATE E PERPETUAÇÃO DE SUA HISTÓRIA E ATUALIDADE” – 1994/1995

Ao iniciarmos nossa trajetória pelo Centrinho, em março de 1994, realizamos a pesquisa “CENTRINHO: O RESGATE E PERPETUAÇÃO DE SUA HISTÓRIA E ATUALIDADE”, onde relatamos toda a história do Hospital. O trabalho durou quase dois anos, sendo assim enumerados passo a passo cada fase da pesquisa:
  1. Nosso primeiro passo foi analisar, em 1994, um vasto acervo histórico existente na Unidade de Ensino e Pesquisa-UEP, constituindo-se de matérias publicadas em jornais e revistas. Deles, selecionamos e xerocamos aproximadamente 222 artigos que, organizados por datas, ofereceram 90% das informações de nosso texto final:

  2. Nesse período também, fizemos um levantamento geral das edições de extinto jornal “NOTÍCIAS DO CENTRINHO”, chegando inclusive a entrevistar a sua jornalista-responsável, Mariane Ramalho, assessora de imprensa da USP/Bauru;

  3. Nessa fase também pesquisamos e lemos outros materiais existentes na UEP, tais como, teses, livros e artigos científicos referentes às fissuras lábio-palatais e a vida de seus portadores;

  4. Pesquisamos também, dados sobre a pessoa e carreira do Prof. Dr. José Alberto de Souza Freitas (Tio Gastão), superintendente do HPRLLP;

  5. Uma pequena matéria referente ao desenvolvimento de nossa pesquisa foi publicada no “Noticampus”, boletim informativo do Campus USP Bauru – ano VI – número 29 abril/maio de 1994;

  6. Foram trocadas algumas correspondências com pessoas ligadas com a história do Centrinho e, principalmente, várias Comunicações Internas com o nosso orientador, no sentido de informar os nossos passos e também solicitar novas orientações;

  7. Nesse período a publicação de três artigos de nossa merecem destaque: “Dr. Zanini: Força amigo” (Folha de Cidade de Bauru, de 04 a 10 de junho de 1994), “Centrinho: Retrato de Muitos Retratos!” (Folha de Guaraçaí, 21/10/94) e, referente a um trabalho extra-muro do HPRLLP Lar Roselene: Um Exemplo Bauruense” (Folha de Guaraçaí, 22/04/95);

  8. Referente ainda ao “Lar Roselene”, na ocasião de sua criação pelo Centrinho e conjunto com a Universidade do Sagrado Coração-USC, fizemos a doação do original do nosso romance “SEGREDOS DO BUG AMARELO”, cuja renda de sua venda seria revertida para a entidade;

  9. Colaboramos em março de 1995, fornecendo informações sobre a História do Centrinho ao senhor Luciano Dias Pires, (Diretor do Departamento de Proteção ao Patrimônio Cultural, da Secretaria Municipal da Cultura), ocasião onde o mesmo preparava às atividades do Centenário de Bauru;

  10. No período redigimos o original do nosso livro com 207 folhas, submetendo-o a análise do nosso orientador;
  • Para escolher o seu título, com o apoio do Setor de Eventos, realizamos um Concurso em junho 1995 aqui no Centrinho. Contando com algumas personalidades na comissão julgadora, a vencedora foi uma funcionária do Setor de Recreação, com o título “Nem São Francisco Sabia…” Depois, por um complemento nosso, o título ficou: “Nem São Francisco Sabia… (Fragmentos do história do Centrinho de 1967 a 1995)”;

  • Posteriormente, em 1997, participando do “Projeto 30 Anos”, no Setor de Eventos, onde fornecermos dados históricos a um CD-RUM, à TV-Centrinho e publicamos alguns artigos na coluna “Espaço Aberto” do Diário de Bauru;

  • Também, baseado em parte de nossa pesquisa (item 03), escrevemos o artigo-científico “Os vários aspectos que envolvem as fissuras lábio-palatais e a vida de seus portadores” (15 páginas), via a ser publicado.

Projeto: “DEFICIÊNCIA E COMUNICAÇÃO SOCIAL: DIVULGAÇÃO E NORMALIZAÇÃO” – 1997


Em 1996, iniciamos oficialmente a pesquisa “DEFICIÊNCIA E COMUNICAÇÃO SOCIAL: DIVULGAÇÃO E NORMALIZAÇÃO”, concluindo-a no ano posterior.

O estudo que realizamos neste campo, teve início em 1990 por nossa iniciativa pessoal, com o título “As pessoas portadoras de deficiência e sua imagem nos meios de comunicação de massa”, ocasião que começamos a realizar um levantamento bibliográfico e trocar correspondências com mais de 150 pessoas e estudiosos ligados ao tema no Brasil e exterior. Entre esses contatos, destacamos a forte relação que tivemos com a Real Patronato de Prevención y de Atención a Personas con Minusvalia, do Ministerio de Asuntos Sociales, Madrid-Espanha, país onde o tema é estudado com profundidade a quinze anos.

Em 1996, a mesma passou a ser a nossa pesquisa oficial aqui no HPRLLP, através do Centro de Divulgação Científica-CDC, recebendo a atual denominação. Por este motivo, iremos descrever a seguir todo o desenvolvimento de nosso estudo desde o seu início.
  1. TABLOIDE: Nossa primeira experiência foi como “Assessor de Imprensa” da Associação para Integração Escolar da Criança Especial – APIECE-Bauru, ocasião em que publicamos dois números (agosto e dezembro de 1990) do jornal-tabloide “D/Eficiente – Órgão informativo da comunidade”, patrocinado pelo HPRLLP-Centrinho;

  2. PUBLICAÇÕES: De 1990 a 1997, tivemos inúmeros artigos, reportagens e outros textos falando das deficiências e/ou seus portadores em diversos jornais e revistas locais e nacionais. Alguns desses textos tiveram publicações simultânea em mais de um jornal. Também assinamos “Colunas Especializadas”, em jornais durante algum tempo;

  3. PUBLICAÇÕES ESPECIALIZADAS: Fomos durante quatro anos colaborador fixo da “Revista Integração”, publicação trimestral, que era editada em São Paulo. Tivemos algumas publicações no jornal “Desafio de Hoje”(RJ), o único totalmente voltado à temática publicado no Brasil;

  4. JC-CRIANÇA: Escrevemos uma edição especial “falando sobre deficiência para o “JC-Criança”, de 28 de novembro de 1993, suplemento Semanal do Jornal da Cidade;

  5. PRIMEIRO LIVRO: Em termos de publicação em forma de livro, a Editora Memnon lançou, em 1993, o nosso trabalho “Vamos conversar sobre crianças deficientes?”, cuja primeira edição encontra-se esgotada;

  6. LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO: Paralelo ao trabalho de campo, realizamos uma ampla pesquisa sobre bibliografias relacionadas ao tema “Deficiência e Comunicação Social”, tanto nacionais, quanto internacionais;

  7. LITERATURA INFANTO-JUVENIL: Também recolhemos material bibliográfico com relação a imagem da pessoa com deficiência na literatura infantil e juvenil;

  8. CPPD: Para facilitar o nosso contato com as publicações e também com relação a nossa pesquisa, criamos em 1994 o Centro de Pesquisa e Divulgação sobre Portadores de Deficiências – CPPD, projeto piloto onde fomos Diretor Executivo até outubro de 1996, encerrando o projeto;

  9. IMAGEM: Visando aprofundarmos em conhecimentos, realizamos um aprofundado estudo intitulado “Imagem e Conceito Social da Deficiência”, publicado em cinco capítulos (entre maio de 1995 a outubro de 1996), pela revista científica “Temas em Desenvolvimento”, da Editora Memnon, SP. Há cópia na UEP;

  10. PRIMEIRA MONOGRAFIA: Realizamos um amplo estudo sobre as principais publicações brasileiras (extintas e em atividades), voltadas às questões da deficiência. Em seguida, escrevemos a monografia intitulada “Deficiência e Comunicação Social Alternativa no Brasil”, cuja cópia encontra-se na Unidade de Estudo e Pesquisa-UEP, e sua publicação está em estudo em uma importante editora do país;

  11. RECORTES DE JORNAIS: Também repassamos para o acervo da UEP, dentre outros materiais, uma grande coleção de recorte de jornais e revistas sobre deficiências e seus portadores, sobretudo, publicados nos veículos locais;

  12. MANUAL DE REDAÇÃO: Em 1996, escrevemos outros trabalhos dirigidos à jornalistas e publicitários, intitulado “Pessoas Portadoras de Deficiência: Dicas e reflexões para redação e produção de imagem”, sem publicação prevista, mas já com os direitos autorais reconhecidos pelo Escritório de Direitos Autorais da Biblioteca Nacional, RJ;

  13. PALESTRAS: Relacionado com a nossa pesquisa, fomos convidados para falar sobre a mesma em três importantes eventos nacionais: No “II Congresso Nacional de Psicologia da Libertação”, São Paulo, setembro de 1995; “I Simpósio o Portador de Deficiência e a Sociedade: Passado, Presente e Futuro”, Maringá-PR, novembro de 1995 e no “I Worshop Barreira Arquitetônicas”, Centro Acadêmico dos Estudantes de Arquitetura da UNESP-Bauru, setembro de 1996;

  14. CURSO: Também, ligado a Comunicação Social, em 1996, ministramos palestras e mini-cursos intitulado “Educação Inclusiva: O aluno portador de deficiência na sala de aula”, através do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo-APEOESP. Cópia da apostila utilizada encontra-se na UEP;

  15. LISTA DE LIVROS: Em conjunto com a Dr.ª Suely H. Satow e do Prof. Romeu K. Sassaki, fizemos um levantamento à nível nacional, chegando a 52 livros sobre deficiência escritos por autores portadores de deficiência. A lista foi amplamente divulgada;

  16. DOCUMENTÁRIOS: Na área dos documentários podemos destacar dois: “Nem São Francisco Sabia… (A história do Centrinho de 1967 a 1995)”, cuja já apresentamos o relatório final e seus originais estão disponíveis no HPRLLP. O segundo “O Deficiente e o Transporte (História de uma luta social em Bauru – 1990/94)”;

  17. NÃO CONCLUÍDO: Em 1996, demos início a um grande documentário intitulado “Centenário de Bauru: O portador de deficiência no contexto municipal”. Apesar de sua realização contar com a aprovação de nossa Superintendência, não chegou a ser concluído por falta de estrutura material;

  18. TRABALHOS ESPECIAIS: Ajudamos a produzir o primeiro número da “Revista APIECE”, da Associação de Pais para Integração Escolar da Criança Especial, em 1995. Editamos dois trabalhos especiais: O primeiro número (setembro 1996) do jornal “Notícias do CAd\E”, do Centro de Apoio ao d/Eficiente, entidade onde ocupamos o cargo de Diretor de Comunicação Social por três meses. E o primeiro número (jul/agos/set. de 1997) do “Jornal PROFIS”, da Sociedade de Promoção do Fissurado Lábio-Palatal, pelo qual recebemos o título de “Sócio Benemérito” da entidade;

  19. PARTICIPAÇÃO: Divido a essas atividades, recebemos dois importantes convites: Primeiro, para sermos membro permanente das Comissões Temáticas do Conselho Estadual para Assuntos das Pessoas Portadoras de Deficiência, junho de 1996, não tomando posse. Em seguida, julho, passamos a ser correspondente em Bauru do Centro de Vida Independente ”Araci Nallin”, sediado no prédio do Centro Acadêmico de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional da USP/SP, o qual ainda mantemos contato;

  20. ARTIGOS ESPECIAIS: Entre todas essas publicações, dois artigos exclusivamente abordando o tema merecem destaque: “Deficiência, Comunicação Social e o Programa de Ação Mundial! (Algumas reflexões)”, e o segundo “A Imagem do Portador de Deficiência Mental na Sociedade e nos Meios de Comunicação”, tendo esse várias publicações em órgãos diferentes, inclusive no exterior;

  21. OBRA COMPLETA: Reunindo todas as nossas publicações em geral e também textos inéditos, organizamos uma antologia dividida por capítulos, intitulada “Escritos sobre às deficiências e seus portadores”, havendo uma cópia na UEP;

  22. VÍDEO: Apresentamos dois trabalhos para a TV-Centrinho: “Bauru: O portador de deficiência, sua educação e preparação para a cidadania”, pesquisa e roteiro, 1996. “O outro lado do INSS”, pesquisa e argumento de programa, 1997. Ambos não foram produzidos;

  23. INFORMÁTICA: Orientado pelo Prof. Alexandre Galvani, concluirmos o curso de Programação em CLIPPER, 72 horas, pela True Informática – Treinamentos Especializados. Direcionados o curso para o nosso campo de atuação, escrevendo ao seu término a monografia “A programação na linguagem CLIPPER5 e suas contribuições para a área das deficiências”, dezembro de 1996;


Projeto: “CENTRINHO 30 ANOS” – 1997


No ano de 1997, veio a nossa grande virada dentro do Centrinho, quando passamos a atuar junto ao Setor de Eventos, fase só de boas recordações.

Em março nos desligamos por completo da TV-Centrinho, vindo atuar junto a esse Setor, onde passamos a ser membro da equipe “Centrinho 30 anos”, desenvolvendo alguns trabalhos e colaborações, sendo:
  1. Nosso primeiro passo foi apresentar a equipe uma lista com 08 idéias a serem desenvolvidas. Algumas foram realizadas, outras não foram possíveis de realizar;

  2. Uma dessas ideias, foi a realização do “I Concurso Literário Escrevendo sobre o Centrinho”, tendo vários participantes;

  3. Ajudamos na elaboração de CD-RON “Todas as Faces do Centrinho”, onde fizemos algumas pesquisas e escrevemos alguns textos com dados históricos do HPRLLP, sobre as fissuras lábio-palatais e seus podadores e também sobre as deficiências auditivas;

  4. Em comemoração ao aniversário do Centrinho, escrevemos artigos com dados históricos para serem publicados na Coluna “Espaço Aberto” do Diário de Bauru. No total foram nove, mas por motivo de força maior, só dois chegaram a ser publicados;

  5. Também tivemos algumas poesias editadas no COFFEE BREAK, publicado pelo Setor de Eventos;

  6. Outro trabalho realizado em julho, foi a pesquisa e elaboração dos originais de um livro chamado “Os Profissionais do Centrinho Precisam Escrever… (Dicas de preparação e facilitação na redação de texto)”. O mesmo chegou a ser apreciado pelo corpo editorial do Hospital, não sendo aprovado. Revemos todo o texto com a ajuda do professor de português e redação, Luíz Vítor Martinello, para ser reapresentado;

  7. Também desenvolvemos um projeto para o Programa “Você Decide”, do Núcleo Herval Rossano, Central Globo de Produções-RJ. Após uma pesquisa e conversas com profissionais do HPRLLP, escrevemos um argumento e roteiro chamado “Carisma”, narrando a história de um bebê que nasce com fissura lábio-palatal. O mesmo foi rejeitado pela emissora, mas pretendemos reescrevê-lo e apresentar para algum produtor independente;

  8. Baseado em pesquisas anteriores, escrevemos um longo artigo científico denominado “Os vários aspectos que envolvem as fissuras lábio-palatais e a vida de seus portadores”. Após ser normalizado pela UEP, o mesmo foi publicado pela Revista “Temas sobre Desenvolvimento”, v.6, nº 34, 1997. O mesmo recebeu uma carta de elogio da superintendência do Hospital;

  9. Como trabalho extra, ajudamos a fazer o primeiro e o segundo número do JORNAL PROFIS, recebendo o título de Sócio Benemérito da entidade;

  10. Por fim, escrevemos o prefácio do livro que reúne os trabalhos dos autores participantes do concurso literário. 

Projeto: “O PORTADOR DE FISSURA LÁBIO-PALATAL E/OU DE OUTRAS DEFICIÊNCIAS COMO PERSONAGEM DE FICÇÃO: DOS MITOS A REALIDADE SOCIAL” – 1998


Considerando ser às questões que envolvem às fissuras lábio-palatais e a realidade da vida de seus portadores serem temas que até os dias atuais restrito só ao meio científico, nota-se a sua ausência nos meios artísticos e literários. Motivo pelo qual – uma vez em que acreditamos no poder da literatura e demais meios culturais para desmistificar mitos e formar conceitos de forma natural -, desenvolvemos ao longo desse ano um  projeto intitulado “O PORTADOR DE FISSURA LÁBIO-PALATAL E/OU DE  OUTRAS DEFICIÊNCIAS COMO PERSONAGEM DE FICÇÃO: DOS MITOS A REALIDADE SOCIAL”.

O trabalho principal foi a novela-romanciada que escrevemos, tendo o título “A FÁBRICA DE SORRISOS”. Seu cenário principal foi o próprio Centrinho. O enredo girou em torno de uma criança que nasce com fissura lábio-palatal e durante o seu tratamento vão entrando outros personagens na trama, permitindo mostrar várias “estórias” paralelas a do protagonista. Sobretudo, estaremos sempre buscando o lado positivo da questão.

Durante o trabalho de escrita, também pesquisamos e lemos bastante sobre o assunto (fissura lábio-palatal e realidade social) e com relação às técnicas literárias, visando sempre transmitir uma visão certa e normalizadora, além de buscar construir um texto de forma correta.

Em nossa monografia apresentamos seis ensaios (capítulos) que vão desde algumas teorias literárias, passando pela história e participação das pessoas com deficiência nas artes, teorizamos sobre a possível relação das pessoas com fissuras lábio-palattal (ou outras deficiências) com a literatura, concluindo, por fim, narrando como foi a pesquisa e redação de nossa novela.

Vale destacar que o presente estudo foi apenas uma pequena introdução ao assunto. Trata-se de um tema profundamente rico, o qual pretendemos nos enveredar ainda mais e escrever – no próximo ano – alguns artigos científicos sobre as relações das deficiências com a literatura.


PROJETO: INVESTINDO NA INFÂNCIA ATRAVÉS DA ESCRITA – (Uma proposta para a criação de uma página infantil no do jornal EM FOCO) – 1999/2000

Considerando ser o jornal EM FOCO – Informativo do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais/USP e FUNCRAF – um projeto que vingou, hoje ele já faz parte da realidade da família Centrinho. Circulando entre profissionais do Hospital, pacientes e seus familiares e a comunidade em geral, EM FOCO tem atingido cada vez mais número de pessoas. Porém, acreditávamos existir um público especial o qual o jornal poderia também investir com criatividade e talento: a criançada!!!

O número de crianças que circula no Centrinho é algo considerável. Muitos passam horas inteiras nas salas de espera, alguns até um pouco impacientes. Essa página infantil seria uma forma de distrai-los, juntamente com o trabalho das recepcionistas, dirigida não só aos nossos pacientes, mas também aos filhos e conhecidos de nossos funcionários, uma fez em que muitos levam o jornal para suas residências.

No presente projeto apresentamos além de uma síntese da nossa idéia, algumas teorias literárias infantis, utilizadas para elaborar e dar subsídios para a elaboração do mesmo.

Acreditamos que a página infantil do EM FOCO poderia ter o seu lado de entretenimento, trazendo pequenos textos e poesias de autores conhecidos, curiosidades, brincadeiras (tais como desenhos para colorir, adivinhações, etc), cartinhas dos pequenos leitores outras coisas.

Por outro lado, a página teria o seu lado pedagógico e informativo. Isto porque, a criança é, naturalmente, um ser curioso, a qual está descobrindo o mundo que a cerca. Às vezes, buscava resposta para coisas estranhas ao seu mundo. Nem sempre os adultos têm, ou sabem dar tais respostas embaraçosas, negando muitas vezes informações corretas às crianças. Motivo pelo qual pretendíamos criar personagens exclusivos e específicos para página que levava – através de suas aventuras e narrativas a cada edição -, a criança de maneira descontraída a conhecer todo o universo do Centrinho e o mundo que a cerca. Assim, através de uma criação de Napoleon Akihito Fujisawa, surgiu a Turma do Centrinho; o Lilo, o caçula da turma; a Tuca, irmã do Tato, um garotão metido a sabido; o Vô Zico; o Tocha, nosso cachorrinho trabalhão e o Rolinho, que tem esse nome porque é um caracol todo enroladinho.

Trabalho em equipe
  • Realizamos este trabalho em equipe, reunindo-nos regularmente com o pessoal que produz o EM FOCO, visando discutir a ideia, escolher pauta da página e material produzido a ser publicado. E de tempos em tempos, juntos, avaliarmos e/ou repensarmos o projeto;

  • Também estávamos em constantes contatos e diálogos com o desenhista que criou a parte visual de nossos personagens e ilustrações de nossas narrativas/relatos;

  • E, a medida que formos escolhendo os temas e/ou lugares os quais nossos personagens foram visitando em suas aventuras, pretendíamos antes irmos até lá conversar com seus profissionais e conhecer o setor, o que facilitava a nossa composição.
Todavia, tínhamos como objetivos futuros, essa página infantil foi como um projeto piloto, um modo de criação, experimentação e adequação junto ao pequeno, mas grande exigente público infantil. Futuramente, no que diz respeito aos nossos personagens especificamente criados para educar, divulgar e mostrar a realidade do Centrinho junto as crianças, pretendemos:
  • Elaborar e editar pequenos livros infantis para serem distribuídos junto aos nossos pacientes, em escolas, clubes e outros segmentos;

  • Tentar levar esses personagens e suas aventuras para as páginas dos suplementos infantis dos grandes jornais do município;

  • E, a médio e longo prazo, escrever e mondar uma peça com “A Turma do Centrinho”, para percorrer escolas, clubes, associações de moradores e outros segmentos de Bauru e região.


EM FASE DE CONCLUSÃO E ÚLTIMAS ATIVIDADES

Embora estejamos sendo desligado do Hospital, temos algumas atividades as quais pretendemos concluir. Estamos terminando a nossa monografia da última pesquisa descrita e também com a publicação de alguns artigos científicos descriminados abaixo:

Publicações de nossa autoria em 1999 e 2000:
  1. DEFICIÊNCIA E IMPRENSA ALTERNATIVA NO BRASIL. Temas sobre Desenvolvimento, v.8, n.44, p.38-42, 1999.

  2. A DEFICIÊNCIA: ASPECTOS SOCIAIS DA REABILITAÇÃO E TRABALHO INTERDISCIPLINAR. Temas sobre Desenvolvimento, v.9, n.49, p.40-51, 2000. Artigo escrito em parceria com a Doutora Maria Inês Graciano.

  3. 500 OUTONOS DE PROSA E VERSO. Volume II – São Paulo; Arnaldo Giraldo, 2000. Nesta antologia publicamos o conto “O caso da mulher-dama”, onde na biografia é citado o Centrinho.
A serem publicados ainda em 2000:

  1. AS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA NO CONTEXTO DA LITERATURA INFANTO-JUVENIL E DIDÁTICA”. Artigo de 27 páginas a ser publicado pela MIMESIS – Revista da Área de Ciências Humanas da USC, volume 21, número 1, ano 2000.

  2. LETRAS DESAPERCEBIDAS: OITO ENSAIOS SOBRE AS RELAÇÕES DEFICIÊNCIAS & LITERATURA. Trabalho a ser publicado em oito capítulos pela Revista Temas sobre Desenvolvimento.
OBS: Os dois trabalhos acima são fruto da pesquisa “O PORTADOR DE FISSURA LÁBIO-PALATAL E/OU DE OUTRAS DEFICIÊNCIAS COMO PERSONAGEM DE FICÇÃO: DOS MITOS A REALIDADE SOCIAL” de 1998.

Bauru, 03 de novembro de 2000.

EMÍLIO FIGUEIRA

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